terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Poema: "Vida de cão"

Falar da vida de cão é uma boa oportunidade para comparar a vida do cão e a vida do homem, que muitas vezes se confundem. O poema é uma visão ligeira sobre a vida do cão, mas que dá que pensar, quando pomos em paralelo com a vida do homem. Foi para chamar a atenção das semelhanças que eu fiz este poema.


O meu cão, não vai à escola
Não sabe ler, mas tem educação
Conheço pessoas analfabetas
Pessoas de baixa condição
Que até são mais educadas
Do que aquelas que lá vão


O meu cão, vive na barraca
Como vive qualquer cão
Há pessoas a viver em barracas
Tantas, que até mete impressão
Fazem as casas para os outros
Mas só para si…é que não


O meu cão, não tem carro
Telemóvel ou televisão
Coisa que toda a gente tem
Símbolos da nossa civilização
Todos a imitarem todos
Mesmo que em casa, falte o pão


O meu cão, não trabalha
Vive daquilo que lhe dão
Como muitos desempregados
Que vivem em exclusão
São novos para a reforma
Mas não arranjam patrão


O eu cão, não vota
Em nenhuma eleição
Não acredita em promessas
Como qualquer cidadão
Gosta mais duma soneca
E faz parte, da abstenção


O meu cão, não separa o lixo
Nem sabe o que é poluição
Também conheço pessoas
Que não fazem a separação
Deitam o lixo todo misturado
E até cospem para o chão


O meu cão, não é mentiroso
E nunca morde à traição
É um leal e fiel amigo
Como poucos homens são
Quanto mais conheço os homens
Mais amigo sou, do meu cão


O meu cão, não é rico
Mas é um rico cão
Gosta dos ricos e dos pobres
Sem qualquer distinção
Tão diferente dos homens
Que fazem discriminação


É tanta a coincidência
Que até faz confusão
Haver homens a viver
Tal e qual, o meu cão
Responda quem souber
Quem leva, vida de cão?

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